A Guerra que Salvou a Minha Vida, de Kimberly Brubaker Bradley

19 de fevereiro de 2018


Quer saber o que eu achei de A Guerra que Salvou a Minha Vida, de Kimberly Brubaker Bradley? Então leia essa postagem!

Olá pessoal, tudo bom? Apesar de sempre gostar de histórias que se passem na Segunda Guerra Mundial, evito livros que abordem essa época. Porém, no ano passado, acabei dando uma chance para  A Guerra que Salvou a Minha Vida, de Kimberly Brubaker Bradley, e fui surpreendida positivamente. Foi uma das minhas melhores leituras que tive em 2017, por isso preciso compartilhar um pouco com vocês do que achei dessa obra! Vamos conferir?

Editora: Darkside Books. Ano de Lançamento: 2017. Páginas: 240.
SkoobGoodreadsOnde comprar: AmazonSaraiva.

A guerra também salva

Ada só tem dez anos. É muito jovem para viver durante uma guerra, mas, para uma criança, ela tem outras preocupações. Nascendo com um pé torto, nunca saiu de casa, pois a sua mãe não quer que ela a envergonhe com o seu andar. O seu irmão mais novo, Jamie, diferente dela, pode brincar na rua, ter vários amigos e ir para a escola. A vida que Ada queria ter.

A mãe, que deveria protegê-la, faz com que ela sofra todos os dias. Ela, apesar da idade, cuida da casa e do irmão sozinha. E, ainda por cima, deve tentar fugir dos maus tratos que a sua mãe lhe aflige diariamente, sejam físicos ou psicológicos. Entretanto isso muda quando a guerra se aproxima de Londres: as crianças devem deixar a capital e ir para o interior, para se protegeram dos bombardeios que estão chegando. As duas crianças se lançam nessa viagem e suas vidas mudam totalmente.

“O Jaime está lá fora”, falei. “E por que não estaria?”, disse a Mãe. “Ele não é aleijado. Não é que nem você”.

Devo confessar que estava apreensiva ao pensar em ler essa obra. Eu evito, normalmente, histórias que envolvam crianças na Segunda Guerra Mundial, já que sei que será emocionante e meu coração se aperta só de imaginar. Porém, com uma edição linda e tantas recomendações, não tive como deixar esse livro de lado e acabei optando por ler... Não me arrependi e finalizei a narrativa com uma mistura de sentimentos.

A realidade mostrada é dura, mas também nos ensina muita coisa. Vendo sob o ponto de vista de uma menina que sofreu muito, a guerra lhe mostra que a vida pode diferente e, mais importante, muito boa. Só depois de sair de casa que a protagonista ganha a tão sonhada liberdade e, apesar das atrocidades que ocorrem na época, pode agir de acordo com a sua idade pela primeira vez. 

Estávamos livres. Da Mãe, das bombas do Hitler, da minha prisão no apartamento. De tudo. Doidice ou não, eu estava livre.

Confesso que, no começo, eu não gostei muito de algumas atitudes que a Ada tinha. Ela era daquelas crianças birrentas, orgulhosas e inseguras, sabe? Que não davam o braço a torcer. Todavia, enquanto lia, parei um pouco para analisar a história com outros olhos. Fiquei imaginando a vida que ela teve, o sofrimento que passou, a sua rotina de abusos e, ainda por cima, a época em que viveu -  acrescentada a sua tão pouca idade. Com isso, cheguei a conclusão que ela agia em conformidade com a sua própria existência. Acredito que muitos fariam exatamente as mesmas coisas que ela fez.

Por outro lado, ser transportado para um período terrível e se envolver com a história é a maneira que a autora cria a sua obra. É pesado, vocês já devem ter imaginado, mas é uma escrita leve e que flui satisfatoriamente. Você se afeiçoa, deseja que tudo acabe bem e sofre junto. Quando vê, o desfecho está chegando, o coração está batendo rápido e não consegue imaginar como tudo irá se resolver. Mas como tudo que é bom termina, os pingos são colocados nos is e só nos resta suspirar.

Era como se eu tivesse nascido ali na vila. Como se tivesse nascido com os dois pés bons. Como se fosse realmente importante e amada.

É uma narrativa surpreendente, emocionante, intensa e delicada. Não é fácil criar isso e que, ainda, nos faça apegar aos personagens e torcer para que fiquem vivos até o fim. Entretanto, a Kimberly consegue escrever com maestria e, quando eu vi, estava chorando, abrindo sorrisos e me sensibilizando pelos relatos descritos. Tive vontade abraçar alguns personagens e estrangular outros. A evolução de cada um deles é notável e eu fiquei impressionada de como a autora os desenvolveram. 

Quando eu fechei o livro, ao fim de sua história, eu sentia muita coisa. Os sentimentos se misturavam dentro de mim, desde alívio, a contentamento e entusiasmo. Fiquei deitada por muito tempo na minha cama imaginando cenários para o que aconteceu após o final. Então, imagina a minha felicidade ao saber que a continuação logo será publicada? O lançamento está previsto para março e estou ansiosa para que a data chegue logo e eu possa me ver deslumbrada com o próximo volume.

Eu tinha perguntado. Persistência era não desistir de tentar.

Eu recomendo. Não poderia deixar de dizer que é uma linda história e que merece ser lida por muitos. Nos ensinando, principalmente, sobre a empatia e o amor de diferentes formas, é uma obra para qualquer um se impressionar. Devo salientar novamente que possui uma edição maravilhosa que faz jus a narrativa, só acrescentando valor ao livro. Podem ler sem medo, mas não se esqueçam de uma caixa de lenços, pois talvez você se emocione e as lágrimas transbordam.


Comentários
17 Comentários

17 comentários :

  1. Como amo enredos emocionantes, ainda mais quando tem criança, isso dá uma dramática ainda ainda maior a estória. Anoto a dica, quero ler e ter os sentimentos aflorados assim como aconteceu com você. E claro que concordo que a edição está maravilhosa, é Dark né?!

    Beijos
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

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  2. Já sou um pouco diferente na questão sobre leituras de guerra. Eu adoro. Porque eu aprendi muito sobre a história e sobre a dor, mas entendo como você se sente. Este livro tem várias resenhas positivas, mas acho que mais do que passar na guerra é a personagem ter esta questão da perna, que faz com que as pessoas a vejam diferente.

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  3. Olá, eu tenho esse livro há séculos e ainda não li. Diferente de você, eu gosto de livros sobre a Segunda Guerra Mundial, mas estava até enjoando do assunto, talvez por isso ainda não tenha lido ele, mas a sua resenha me despertou novamente a vontade de realizar a leitura.

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  4. Olá!
    Eu tenho esse livro mas ainda não peguei pra leitura. Acho linda essa capa e a forma como a autora parece ter desenvolvido uma boa trama em meio há tempos difíceis deve ser bem impactante.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  5. Esse é o único livro que não tenho ainda da coleção DarkLove!
    A história parece ser muito boa e pretendo ler e breve, ainda mais com o segundo livro aí!
    Adorei sua resenha, parabéns!!

    Beijinhos!

    #Ana Souza
    https://literakaos.wordpress.com

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  6. Eu sou como você, fico um pouquinho receosa com esse tipo de obra porque sei que irá me comover demais, evito o máximo possível porque junto com essas leituras tocantes vem sempre uma ressaca literária, mas essa história me parece tao bonita e sua resenha me tocou tanto que acho que não tem mais como fugir.

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  7. Olá, tudo bom?
    Ao contrário de você, adoro livros ambientados na segunda guerra e sempre procuro ler algum! Esse livro em especial era um daqueles livros pelos quais não dei muita coisa, mas, que me tocou de uma maneira tão incrível que terminei a leitura inundada pelos meus sentimentos, assim como você. A mensagem sobre amor e empatia que ele nos trouxe é realmente muito importante. Espero poder ler o segundo em breve <3
    Amei demais sua resenha!
    Beijos!

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  8. Olá!
    Livros com temáticas de guerra tendem a ter uma carga emocional muito grande. Acredito que essa leitura não seja exceção. Está na minha meta e sua resenha me fez querer ler o livro imediatamente, só me resta adquiri-lo.
    Bjs
    Lucy - Por essas páginas

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  9. Olá,

    Eu gosto de livros com uma carga dramática mais pesada, do tipo que me faz chorar. Mas, quando se trata de livros sobre guerras, eu fico receosa, pois, apesar de ser ficção, é fato de isso pode ter mesmo acontecido. Sempre ouvi as pessoas comentando positivamente sobre esse livro e tenho curiosidade em lê-lo, ao mesmo tempo que tenho medo do que essa história poderá retratar, ainda mais que a protagonista é uma criança.

    Beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com.br/

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  10. Olá Dani!

    Que resenha linda, menina. Eu ouvi mil maravilhas sobre esse livro e a sua resenha é só mais uma prova disso. Confesso que eu, pessoalmente, tenho um sério problema com livros que envolvem a questão da guerra pelo lado emocional mesmo. Sendo assim, acho que eu não tenho o psicologico bom o suficiente para ler essa obra por enquanto, infelizmente.

    beijos
    http://www.livrosetalgroup.blogspot.com.br

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  11. Não conhecia esse livro, mas posso dizer que fiquei encantada. É bem o tipo de leitura que me agrada, meu número. Só de sua resenha já fiquei comovida com a história da menina. Acho fantástico que uma narrativa ambientada na Segunda Guerra traga lições de vida, de amor e de empatia. O livro já está na minha lista. Adorei a dica.

    Tatiana

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  12. Oiii tudo bem???

    Essa edição é linda não é???
    Estou louca para ler, mas não gosto de ler sem ter a continuação, prefiro ler tudo junto.
    Adoro histórias de guerra e choro muito enquanto acompanho, e que bom que deu a chance e gostou.
    Bjus Rafa

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  13. Olá
    Eu quero muito ler esse livro, achei a história linda e bem dramática, quero muito ver o que essa menininha fez e até onde ela vai. Amei a resenha
    Beijuh

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  14. Li este livro este ano e me arrependo de não ter lido antes porque ele estava na estante desde maio de 2017. Enfim, foi uma leitura maravilhosa e como você, eu recomendo para todo mundo.
    OUTRA VEZ – Ivi Campos
    Beijos

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  15. Oi, tudo bem?
    Eu tenho esse livro há algum tempo e admito que venho enrolando para ler por dois motivos. Um deles é parecido com o seu: eu sei que livros sobre a II Guerra envolvendo crianças sempre são bem emocionantes e confesso que tive medo de ficar muito abalada lendo. O outro é que todo mundo fala tão bem do livro que tive medo de criar expectativas demais e me decepcionar.
    No entanto, a curiosidade está começando a falar mais alto e eu espero poder ler em breve, pois parece que, apesar de forte, é uma história muito sensível e envolvente.
    Adorei a resenha e espero também amar este livro.
    Beijos!

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  16. Olá Dani,
    Comprei esse livro no ano passado, mas ainda não tive a oportunidade de fazer essa leitura. Confesso que acho a história bastante emocionante por toda a carga dramática que ela parece ter, sabe? Eu também gostei muito de saber que, apesar de você ter tido alguns problemas com a Ada no começo, essa foi uma das melhores leituras do ano.
    Já comprei a continuação desse livro e espero me encantar perdidamente com esses livros.
    Beijos,
    http://www.umoceanodehistorias.com/

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  17. Oi.
    Ainda não tinha lido nenhuma resenha sobre esse livro.
    E, assim como você, eu evito ler livros que envolvam crianças e guerra, pois sei que vou ficar abalada. E essa menina ainda tinha o agravante dos abusos que sofria da mãe, o que realmente é muito triste.
    Gostei de saber que você teve sentimentos bons ao terminar a obra, e não tristeza e desalento. Já é alguma coisa.
    Vou anotar a dica aqui para ler quando estiver no clima.
    Beijos.

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