Geekerela, de Ashley Poston

12 de janeiro de 2018


Quer saber o que eu achei de Geekerela, romance fofíssimo da Ashley Poston? Então confira essa postagem!

Olá pessoal, tudo bom? Depois de ler dois livros maravilhosos (Tartarugas Até Lá Embaixo e Sorrisos Quebrados), mas que tratam de temas importantes e sérios, resolvi que precisava de algo leve e rápido de se ler. Ao olhar a minha estante, encontrei o livro Geekerela, uma releitura de Cinderela nos tempos modernos, escrita pela Ashley Poston e publicado pela Editora Intrínseca no ano passado. Resolvi então que seria a minha terceira leitura do ano e acertei em cheio na escolha.

Editora: Intrínseca. Ano de Lançamento: 2017. Páginas: 384.
SkoobGoodreads. Onde comprar: AmazonSaraiva

Um conto de fadas geek e encantador

Acho que todos conhecem a história de Cinderela, não é? Menina órfã, praticamente escravizada pela madrasta e suas duas meias-irmãs; quer ir ao baile do reino, mas a madrasta não deixa, fazendo com que só as suas filhas tenham a oportunidade de conhecer o príncipe; uma fada madrinha veio e lhe fornece as condições de ir ao baile; se encontra com o príncipe, amor à primeira vista, mas chega a hora de ir embora; perde o sapato antes de deixar o castelo; o príncipe acha, tenta colocar o sapato nos pés de todas as mulheres do reino até encaixar no de Cinderela; se casam e vivem felizes para sempre, certo?

Histórias clássicas sempre possuem releituras e com Cinderela não foi diferente. Nesta versão teremos Danielle (olá, xará!), ou Elle, que é muito fã de Starfield, uma série de ficção científica, parecida com Star Wars e Star Trek. Apesar de não ter vivido na época em que passou na TV, herdou a paixão dos pais, que se conheceram por causa disso. Porém o seu pior pesadelo virou realidade: a série terá uma refilmagem e o ator escolhido para o personagem principal é um astro teen, Darien.

Mas meu pai me ensinou, muito tempo atrás, que é preciso mais que uma fantasia bem-feita para merecer a insígnia da Federação. É preciso coragem e perseverança. 

Darien é um ator famoso, mas cresceu como um nerd e fã de Starfield. Interpretar o príncipe Camindor no remake é um sonho se tornando realidade, algo que ele faria até de graça. Ele tem a sua própria bagagem emocional, com problemas familiares e ex-amigos traidores. O que não precisa é aumentar as dificuldades atuando de maneira ruim e decepcionar os fãs da série, além de ter que se preocupar com uma blogueira que odeia tudo o que ele faça. E o destino, aquele ser traiçoeiro, entrelaça a vida dos dois de uma maneira que eles não imaginariam.

Acrescente um emprego em um food truck chamado Abóbora Mágica; um dachshund marrom que rouba algumas cenas; uma madrasta e meias-irmãs que fazem a vida de Elle um inferno; uma colega que se torna uma fada madrinha e a melhor amiga que você poderia precisar; um segurança calado, mas que é um grande apoio; e um pai que só pensa no filho ganhando fama. Eis Geekerela.

A realidade nunca é tão boa quanto a nossa lembrança.

Ashley Poston conseguiu criar uma versão totalmente modernizada: a Cinderela é uma nerd viciada em ficção científica e blogueira; o príncipe é um astro negro de uma série adolescente; uma das meias-irmãs quer ser youtuber; a fada madrinha é uma punk lésbica de cabelo colorido; e a abóbora é um carrinho de food truck vegano. O pano de fundo é o mesmo, mas ela conseguiu criar a própria história em cima de uma releitura.

O que eu não gostei foi que a Elle é uma menina insegura e que, ainda por cima, não faz nada para mudar a sua situação com a família. Ela simplesmente aceita tudo calada. Em alguns momentos isso me deu raiva, pois se fosse comigo eu não conseguiria concordar, sabe? Eu estava com vontade de entrar dentro da história e falar algumas coisas para a madrasta.

Que nenhuma história devia ter continuação. Continuações são sempre ruins. Ninguém nunca gosta de continuações.

Lógico que, depois de um tempo, fiquei pensando: será que isso não foi uma consequência da criação que ela teve? Elle perdeu os pais quando era criança e, depois disso, cresceu com a madrasta infernizando sua vida e dizendo para todos o quanto é boa por aceitar criar uma menina que não é sua própria filha. Acho que, depois de muitos anos assim, ela não tinha segurança o bastante para falar o que pensava - pois ela pensava muito, mas não reagia. Por outro lado, isso não quer dizer que não me incomodou também. O bom é que a personagem amadurece, depois de uma parte do livro, e consegue se impor, além de aprender algumas lições. Fiquei aliviada.

Em contrapartida, o universo geek criado e a paixão de um fandom foi transmitida com sinceridade. Se você é fã de algo, vai se identificar com a história, que mostra os bastidores de toda essa loucura. É uma homenagem para essas pessoas, principalmente aqueles que adoram ficção científica, pois a autora tenta transmitir esse amor dos personagens para quem lê. A sensação de entender certas referências é incrível.

Esta noite, pela primeira vez na vida, tenho alguém que entende como eu me sinto.

Enquanto isso, o livro é dividido em três partes: Apontar para as estrelas, mirar e disparar. Esse é como o "lema" da série, uma frase icônica que ficou marcada e é constantemente repetida durante a narrativa. Esta, aliás, é feita em primeira pessoa, intercalando os pontos de vista da Elle e do Darien, o que nos dá um melhor panorama da história. Além disso, é leve e fluída, já que o público-alvo é adolescente. Uma história super fofa que pode te tirar de uma ressaca literária - ou te deixar em uma.

A edição publicada pela Editora Intrínseca é simples e bonita: orelhas grandes, folhas amareladas e detalhes encantadores, além de uma boa tradução e revisão - onde não vi erros.  A capa é adorável, baseada na original, mas que apresenta corretamente os personagens. Não se esqueça: é uma obra que simplesmente tem um propósito de te contar sobre um romance entre adolescentes, nada grandioso demais. É ótimo para passar o tempo e se distrair. Se você sabe disso na hora de escolhê-lo, eu lhe digo que é uma leitura que eu recomendo muito. E o mais importante:

Apontar para as estrelas. Mirar. Disparar.

Comentários
17 Comentários

17 comentários :

  1. As vezes é disso que a gente precisa né? Uma obra leve, sem temas muito pesados e que faça a gente sair dessas leituras pesadas. Eu acho essa capa muito fofa e tenho vontade de ler, agora conferindo sua resenha percebi que não há motivos para ter medo, é uma obra que realmente vai me agradar.

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  2. Gosto e sou fã de livros assim, a gente sempre necessita para descansar nossa leitura com algo fofo e leve que ão va acrescentar algo grandioso para a gente...Esse livro eu tenho curisosidade de ler só pelo nome dele. Gostei da resenha e se pá eu leia um dia.

    Bruna
    https://odiariodoleitor.blogspot.com.br/

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  3. Gente eu amo de um tanto a capa desse livro, acho uma gracinha demais.
    É tão bom quando um livro é leve e gostosinho de ler né? Um descanso é sempre bom, até mesmo nas leituras. Eu confesso que quando leio algo muito pesado ou que me atinge demais, comumente pego uma ressaca, mas livros leves sempre salvam.
    Amei a sua resenha.

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  4. Gosto de releituras, ainda mais sendo leve e fluída, ainda mais quando o autor consegue inovar em algo já conhecido por todos. Como curto esse universo Geek, tenho certeza que o livro é uma boa pedida, não conhecia, mas anoto a dica.

    Beijos.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

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  5. Heiii, tudo bem?
    Eu amei mto qdo li Geekerela e ao contrário de vc, nao achei que a Elle insegura nem nada, para mim ela foi guerreira e fez tudo que pode.
    Mas ela era de menor, ela nao podia simplemente fugir de tudo e se ela nao fizesse tudo que mandassem sobraria o pior pra ela de qq forma.
    Com certeza um dos melhores YA que ja li, favorito.
    Beijos.

    Livros e SushiFacebookInstagramTwitter

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  6. Olá, tudo bem?

    Eu até gosto de livros leves, mas infelizmente não consigo gostar de releituras modernas de clássicos da Disney. Sério. Eu até tento, mas acabo me sentindo entediada, rs. Vou deixar a dica passar dessa vez.

    Beijo
    @blogodiariodoleitor

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  7. Oi.

    Se antes eu já queria muito ler esse livro, depois dessa resenha minha vontade aumentou. Acho que também ficaria irritada com a atitude da protagonista. Também não aceito quando aceitam tudo calada, como se não tivesse voz para falar que não aceita algumas coisas. Gostei muito do enredo diferente, acho que isso dá uma toque especial à narrativa.

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  8. Gente, que coisa mais linda! Adorei o estilo do livro, e por ter um dacshund, que é o que também tenho. Mas por ter tantas coisas diversas como os personagens e ela ser blogueira também. Esta é uma releitura diferente e mudou minha opinião sobre o livro. Sobre a questão da família, acho que depende do ponto de vista de cada leitor mesmo. Vou colocar na minha lista. Uhuuuuu

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  9. O livro parece ser uma fofura, mas eu não curto tanto essa pegada juvenil. Não rola mais identificação, os dramas não são mais os mesmos, sabe?
    Mas achei legal que é um livro bem representativo e isso é muito importante, é muito legal quando uma camada maior de leitores consegue se identificar com um personagem.
    Eu acho sim que o comportamento mais passivo dela era fruto do ambiente no qual ela estava inserida. Pessoas criadas em ambientes hostis possuem essa tendência, então acho que você está certa na sua análise. Mas que bom que depois ela se impõe!
    E essa capa é fofíssima!

    Beijos
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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  10. Oiee ^^
    Cinderela nunca foi meu conto de fadas favorito, mas como eu gosto muito de releituras, estou ansiosa para ler este. Acho que eu também perderia um pouco da paciência com o fato de a Elle aceitar tudo calada, mas aprendi que a dor dos outros (e o passado deles) pode ter muito a ver com isso, então não posso querer jogar o livro pela janela nem nada do tipo...haha'
    Fico feliz em saber que gostou do livro :)
    MilkMilks ♥
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br/2018/01/underground-airlines.html

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  11. Olá!
    Adorei que fizeram uma releitura moderna.
    Estou com esse livro no Kindle para ler e espero me divertir com os personagens. Parecem um pouco desastrados e ao mesmo tempo fofos.
    Isso só reforça mais a vontade de embarcar nessa leitura.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  12. Olá, tudo bem?
    Eu li esse livro no final do ano passado e me ajudou a sair de uma ressaca literária. Como Cinderela sempre foi minha princesa preferida e eu sou fã de Star Wars, já dá para imaginar que não tinha como eu não amar né?
    Eu entendo você ter se irritado com a passividade de Elle, pois teve momentos que eu também me senti assim. Mas acho que é bem o que você falou, ela perdeu os pais ainda criança e foi criada por aquela megera em forma de madrasta, então, essa insegurança pode ser resultado da própria criação dela.
    Amei sua resenha e fico feliz que você também tenha gostado da leitura.
    Beijos!

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  13. Todo mundo fala super bem desse livro, mas nunca tive a oportunidade de lê-lo. Mas essa é a primeira resenha dele que estou lendo e já posso te dizer que gostei muito. Amo ficção-cientifica, então acho, logo de cara, que vou gostar muito da personagem principal. Espero gostar da leitura tanto quanto você!

    www.porredelivros.com

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  14. Olá!!!
    Você já conseguiu fazer eu me apaixonar pelo livro só na sua resenha que já me fez sair dela com um sorriso no rosto.
    Eu gosto de releituras de contos de fadas e esse pelo jeito vai me conquistar com toda certeza, amei a ideia da história e como gosto de Star Trek e Star Wars o livro também me chamou por chamar minha atenção por trazer algo semelhante ao meu mundinho geek ^^
    Amei a resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

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  15. Ainda não li esse livro, mas não sei se faria tanto meu gênero, embora eu fiquei muito atraída por isso de mostrar as intensidades de ser um fã. Adorei que a personagem amadureceu e melhorou no meio do caminho, isso é sempre um ponto positivo para as leituras. E bacana que é um enredo leve.

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  16. Oi,
    acho que a personalidade conformada da personagem tem muito a ver com sua bagagem mesmo, além disso a cinderela era bem assim, né? Acredito que mesmo sendo uma releitura a essência se mantém. Eu sempre fui apaixonada pela capa desse livro, mas nunca tive muita vontade de ler, talvez em um outro momento eu acabe dando uma chance, mas por hora estou tentando focar minhas leituras nas séries que já iniciei ou em livros de autores que já conheço e admiro.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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  17. Esse livro é simplesmente maravilhoso e eu amei demais. Sei que não gostou muito da Elle ter voz, mas pense comigo! Ela é menor de idade, a madrasta é responsável por ela e qualquer coisa que a Elle revidasse séria bem pior, igual o que aconteceu quando ela decidiu bater de frente com a madrasta. Ela só estava esperando o momento de virar maior de idade para sair das aguarrás daquelas nojentas, mas eu super te entendo, mas nesse ponto eu entendi a Elle e a unica coisa que eu queria era da uns tapas naquelas mulheres hahaha.

    Blog lindo, um beijooo!!!

    http://sussurrandosonhos.blogspot.com.br/

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